

1º DE JANEIRO DE 2024
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E PAZ
No início do novo ano, tempo de graça concedido pelo Senhor a cada um de nós, quero dirigir-me ao Povo de Deus, às nações, aos Chefes de Estado e de Governo, aos Representantes das diversas religiões e da sociedade civil, a todos os homens e mulheres do nosso tempo para lhes expressar os meus votos de paz.
“Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca” Jo 6, 12
Recolher e acolher é tornar o Outro mais próximo de mim, abrindo espaço para o diálogo, fundamental para a superação de divisões e das guerras, é gerar proximidade, é superar a distância do indiferentismo, é derramar o espírito do sagrado no que é já profano, abrindo caminhos para a comunhão com Deus e com o irmão. Neste Advento, que nos abre o caminho para o Natal de Jesus, vamos deixar que o Deus Menino continue a vir ao nosso encontro, como o Emanuel, e que abramos veredas que nos levem ao encontro de todos, mesmo de todo os outros de quem nos distanciámos há muito, para que “nada se perca” neste tempo natalício.
TESTEMUNHO
Sempre tive um percurso normal, no que diz respeito ao caminho na Igreja. Fui batizado relativamente cedo. Sempre frequentei a catequese, e fiz o que nela me era pedido. No entanto, nunca despertei um real interesse por ela, e, na maioria das vezes, só a frequentava porque era obrigado a fazê-lo. Fiz o Crisma e, como era normal, e como cada vez mais vai sendo, nunca mais meti os pés numa Igreja.
Queridas irmãs e irmãos,
ao chegar ao fim dos trabalhos da primeira sessão da XVIa Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, queremos, com todos vós, dar graças a Deus pela bela e rica experiência que tivemos. Vivemos este tempo abençoado em profunda comunhão com todos vós. Fomos sustentados pelas vossas orações, trazendo connosco as vossas expectativas, os vossos questionamentos, e também os vossos receios. Já passaram dois anos desde que, a pedido do Papa Francisco, iniciámos um longo processo de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus, sem excluir ninguém, para "caminhar juntos", sob a guia do Espírito Santo, discípulos missionários no seguimento de Jesus Cristo.
Caríssimos Pais
A Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé lembrava-nos, no início deste ano catequético, que a Educação os compromete com o acolhimento e inclusão do outro, no respeito pela sua singularidade, permitindo que brote do interior de cada pessoa a imagem do Criador. Em consonância com o apelo e o movimento do Papa Francisco em prol de um Pacto Educativo Global (2020), reiterado e rejuvenescido na JMJ em Lisboa, é fundamental reavivar o entusiasmo com as gerações jovens, renovando o compromisso com uma Educação aberta e inclusiva, feita de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão, capaz de incidir no coração duma sociedade e fazer nascer a cultura do encontro, do projetar e caminhar juntos.
Corações ardentes, pés ao caminho (cf. Lc 24, 13-15)
Queridos irmãos e irmãs!
Para o Dia Mundial das Missões deste ano escolhi um tema que se inspira na história dos discípulos de Emaús, narrada por Lucas no seu Evangelho (cf. 24, 13-35): «Corações ardentes, pés ao caminho». Aqueles dois discípulos estavam confusos e desiludidos, mas o encontro com Cristo na Palavra e no Pão partido acendeu neles o entusiasmo para pôr os pés ao caminho rumo a Jerusalém e anunciar que o Senhor tinha verdadeiramente ressuscitado. Na narração evangélica, apreendemos a transformação dos discípulos a partir de algumas imagens sugestivas: corações ardentes pelas Escrituras explicadas por Jesus, olhos abertos para O reconhecer e, como ponto culminante, pés ao caminho. Meditando sobre estes três aspetos, que traçam o itinerário dos discípulos missionários, podemos renovar o nosso zelo pela evangelização no mundo de hoje.