Fátima, sinal de esperança para o nosso tempo

Uma Igreja com rosto mariano

“A mensagem de Fátima inspira a Igreja a encontrar e a aprofundar os traços do seu rosto mariano. Acolhendo esta interpelação, a Igreja, sacramento universal da salvação, é levada a acolher com Maria e como ela a missão que procede de Deus, a seguir Jesus como discípula fiel e crente, a ser sensível às necessidades dos próximos e aos clamores dos distantes, a estar disposta a permanecer junto à cruz, a assumir o peso da incompreensão e da perseguição, a irradiar a glória e as primícias da ressurreição, a ser “hospital de campanha” que sai ao encontro dos feridos e não “alfândega” que fecha as portas. A Igreja, que encontra consolação e força no coração maternal de Maria, atuará, assim, como mãe dos batizados e oferecerá cuidado maternal aos que a veem de fora, qualquer que seja a distância a que se encontrem.

Maria, como nova Eva, é para cada cristão um modelo do ser humano, convidando-o à conversão pessoal: ainda que desapareçam as ditaduras, melhorem as condições económicas e se eliminem os conflitos bélicos, tem de ser erradicada a tentação de domínio que se instala no coração humano. Maria, imaculada e assunta e, por isso, modelo de humanidade, ajuda a compreender a graça como dom que nos transforma, a fidelidade como disposição que nos humaniza, a generosidade e o serviço como expressão de respeito pelos outros, o amor universal como dignificação de todos os filhos de Deus.
A Igreja encontra, assim, em Nossa Senhora do Rosário de Fátima, da Senhora do Coração Imaculado, e na sua mensagem um valioso instrumento catequético para a sua vida e missão de evangelizadora no nosso milénio. “


Nº 14 da Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa